Thursday, October 26, 2006

A náusea

Todos os dias entro na biblioteca e paro uns minutos pra ver se sinto a náusea, olho minha mão, penso no seu contorno, mas ela não vem, ela nunca vem. Consigo entender que existo, e que um dia deixarei de existir, mas sentir, não isso não consigo. A resposta somática pelo que se passa dentro da minha cabeça não é real, fato é que penso, entendo, mas não sinto.

O estranho é que outro dia, estava lendo sobre as leis da física e do universo, (leitura leve, eu diria) me deparei de novo com a segunda lei da termodinâmica. Essa lei está pendurada no meu quarto há muito tempo, como uma piada

“Se a segunda lei diz que no universo o grau de desordem só tende a aumentar, quem sou eu pra tentar fazer o contrário”

Mas nessa tarde compreendi, senti o que realmente é isso, o fim, a náusea por todas as coisas do universo. Vamos acabar, nós e tudo o que nos cerca, até as teorias vão acabar, as estrelas, os átomos, talvez até a própria luz. Que espécies de leis regerão esse novo tempo, será que haverá tempo? Espaço? Física? A única coisa que sei é que consegui sentir o fim de todas as coisas mas não consegui sentir meu fim, meu fim fora de tudo isso, eu acabar antes de todas as coisas acabarem...e o pior, é que diante dessa catástrofe universal, não paro de pensar na Priscila, a rainha do deserto...

Eu não tenho jeito mesmo

5 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Talvez por você ser uma otimista nata, minha cara!! Talvez por você amar... e amar tantos, e amar tudo, e amar SEMPRE, e com tanta intensidade... talvez exatamente por isso (ou disso mesmo) a náusea não te acometa. E eu... eu que tenho comprado caixas e mais caixas de anti-eméticos... tudo que posso te dizer é que talvez "Priscila, a rainha do deserto" não seja assim tão ruim... se fosse "Gosth", daí sim eu ficaria preocupada!!! Viva... sempre... sem pensar nas leis da física ou da natureza. Leituras, leve ou pesadas, são pensamentos alheios traduzidos em palavras. E isso aqui é tudo uma passagem, mas como me ensinou uma certa mocinha, "os outros" não são nem motoristas e nem cobradores, então tudo bem!! Não vejo problemas, nem sequer soluções. Mas vejo você, lendo isso com um riso de canto de boca e balançando a cabeça pensando "my, oh my". Um sorriso... um piparote... e adeus...

15 November, 2006 09:52  
Blogger Unknown said...

o sorrisinho rolou, mas o oh my não...

pertinencia é seu segundo nome. O primeiro é cegueira...hahaha

bjocas

15 November, 2006 15:55  
Anonymous Anonymous said...

Tati, você escreve muito bem! Tem Talento! Gostei do que li! Posso até não concordar com tudo mas isso não importa!Você é uma cronista nata!

a propósito, devo editar um livro de crônicas e poesias nos próximos dias...
quem sabe aconteça um noite de autógrafos em Curitiba! Seria legal rever a minha amiga!

espero poder ler mais coisas suas nesse espaço...

bjs e feliz natal!

Eduardo (colega de viagem aos alpes gelados do Chile...)

23 December, 2006 16:35  
Blogger Scar said...

Estou impressionado (mas não surpreso) com a alta densidade de palavras significativas desse bolg!
Tu és incrível, Tati!

Rudolfo.

28 August, 2007 06:33  
Blogger Fer said...

voltei, linda!
beijão e venha logo!

04 September, 2007 17:40  

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