Qual é a dificuldade?
Sério, fico impressionada como as pessoas sentem dificuldade de encarar o cérebro como um órgão como outro qualquer.
Parece bem fácil de entender pq um diabético não quer o primeiro pedaço do bolo, pq um hipertenso não quer a deliciosa picanha bem salgadinha, com tempero especial, mas quando se trata de entender pq alguém fica triste mesmo ganhando um beijo de amor, vira ingratidão.
Com esse texto vou tentar explicar de uma vez por todas como isso se encaixaria no conceito de DOENÇA. Vamos lá que um pouco de fisiologia não faz mal a ninguém. Para entendermos o funcionamento deste simples órgão é preciso conhecer sua unidade básica: O NEURÔNIO. (se eu conseguisse colocar fotinhos com certeza ia ficar mais ilustrativo, mas meus neurônios não são capazes disso). Ah! Devo alertar àqueles que acreditam em alma e força maior para que não leiam o resto do texto, pois não fará sentido mesmo, neste caso, não é doença, é falha da alma, ou força maior.
Bem, voltando ao neurônio, basicamente ele é dividido em três partes, os dendritos, o corpo celular e o axônio.
Os dendritos são responsáveis por captar a mensagem, o corpo celular é responsável por interpretá-la e enviar ao axônio ferramentas para passar a diante a nova ordem (assim, bem jardim de infância), e o axônio responsável por passar ao próximo, ou próximos neurônios, a informação. Os símbolos usados pelos neurônios para receber a ordem e passar a diante são símbolos elétricos e químicos, mantidos de maneira bem conservada na natureza. Para sinais elétricos usa-se sódio e potássio e para os químicos, adrenalina, noradrenalina, serotonina e muitos outros, tb mantidos. O grande problema está nas pequenas diferenças (como sempre), cada código genético traz marcado em si, como herança, essas pequenas diferenças, seja nas moléculas que vão levar informação, seja nas que vão guardar e seja nas que vão responder.
Pense numa memória, duas pessoas presenciam a mesma cena (só lembrar do Tarantino, mestre dos pontos de vista), porém cada uma lembra de uma maneira, chega a ponto dos fatos serem distorcidos pela lembrança, isso se dá pq cada um vai usar moléculas diferentes para guardar essa memória e vai usar lugares diferentes no cérebro para guardar a mesma memória e se as moléculas que recebem a informação, que as interpretam, e que as reutilizam são diferentes...percebe que jamais teremos duas memórias iguais, pelo simples fato de duas pessoas serem sempre diferentes!
Daí o espertinho de sardas levanta a mão. “Mas e os gêmeos, que tem a genética igual? Não guardariam a memória igual?” Daí entra a maravilha do Cérbero Homo Sapiens! Para conseguir ser quem somos a natureza teve que realizar algumas modificações, para termos o maior cérebro proporcional à massa corporal, precisamos nascer com cabeças relativamente grandes. Para andarmos como bípedes precisamos estreitar a bacia. E daí criou-se um grande problema, considerando que não daria para deixarmos de ser mamíferos, uma cabeçona teria que passar por uma estreita bacia. O problema foi resolvido com o nascimento de prematuros mentais. Quando um humano nasce, seu cérebro, está muito atrás dos outros órgão, em termos de desenvolvimento. É só comparar, aos seis meses de vida as funções estão prontas, o coração bate, o pulmão respira, mas a criança não anda, não fala e não segura coisas direito. Diferente dos outros animais, que mal nascem já estão correndo dos leões ou com os leões.
Isso causa então, que parte do desenvolvimento do cérebro se dá fora do útero, em contato com o mundo cruel. Agora, senhoras e senhores, um pouco de embriologia. Putz, esqueci de dizer que pro cérebro funcionar é preciso que haja conexão entre os neurônios, deve haver o neurônio que traz a informação e o que responde (jardim de infância de novo). E para a nossa felicidade e contribuindo para a minha enrolação, um neurônio não é igual ao outro, o ambiente em que ele se forma faz com que partes do código genético sejam ativadas ou desativadas, dando a eles diferentes funções. Tá, ufa!
Bom, quando o nenê nasce, ele tem algumas conexões feitas, bem poucas tendo em vista suas capacidades, e dependendo de como o mundo a sua volta se apresenta ele forma outras. Por isso gêmeos não são iguais, o mundo não é igual pra eles e isso basta para fazê-los diferentes. Explicando melhor, gêmeo número um, por uma pegadinha do destino vê sua mãe acordar com uma máscara verde no rosto, isso será suficiente para que o estímulo visual leve uma mensagem ao cérebro que grava “essa coisa verde comeu minha mãe” isso faz com que alguns genes sejam desligados e outros ativados e forma uma nova via de informações com uma determinada linha de resposta para o futuro. O outro gêmeo nunca viu isso, portanto não formou essa linha, portanto não têm essa opção de resposta. Ufa! Se você chegou até aqui você é um vencedor e não desista agora pq a coisa tende a melhorar, espero.
Agora vou tentar cumprir meu objetivo e mostrar para todos que certas respostas não são falha de caráter, ou por simples vontade pessoal. Vamos encarar uma experiência com doze crianças e dois órgãos diferentes.
Estudo 1
Criança Genética Estímulo externo Órgão afetado Resposta
1 suscetível álcool na mamadeira fígado cirrose
2 suscetível leite materno fígado sem doença
3 sã álcool na mamadeira fígado sem doença
4 sã leite materno fígado saúde de ferro
5 defeito leite materno fígado cirrose
6 defeito álcool na mamadeira fígado tango argentino
Estudo 2
7 suscetível família quebra barraco cérebro depressão
8 suscetível família folha cérebro sem doença
9 sã família quebra barraco cérebro sem doença
10 sã família folha cérebro Buda
11 defeito família folha cérebro depressão
12 defeito família quebra barraco cérebro Charles Manson
Será que agora deu pra entender? Doença mental não é culpa da pessoa, acontece que a resposta que cada um dá para as dificuldades da vida são diferentes, no mínimo pq a genética é diferente e isso também pode adoecer, como qualquer outra coisa e o que era de um jeito passa a ser de outro, ou alguém aqui acha o Zeca Pagodinho normal?
A moral da história é entender que para as respostas serem dadas elas antes passam por um lugar que as acolhe, outro que as interpreta e outro que as guarda e depois de se rever estas etapas é que se toma a decisão. Se há defeito em alguma dessas etapas, como então saber que a resposta é a errada?
Eu sei que o assunto não é tão simples, nem vai ser esclarecido em tão poucas linhas (pra quem leu, infinitas linhas) por isso gostaria que se alguém tivesse alguma pergunta por mais sardinhas que elas tenham perguntem, por favor, vamos acabar com o preconceito contra essas doenças e tornar a vida e a cura dessas pessoas possíveis.
(Cissa, as sardinhas não foram pra vc!)
Parece bem fácil de entender pq um diabético não quer o primeiro pedaço do bolo, pq um hipertenso não quer a deliciosa picanha bem salgadinha, com tempero especial, mas quando se trata de entender pq alguém fica triste mesmo ganhando um beijo de amor, vira ingratidão.
Com esse texto vou tentar explicar de uma vez por todas como isso se encaixaria no conceito de DOENÇA. Vamos lá que um pouco de fisiologia não faz mal a ninguém. Para entendermos o funcionamento deste simples órgão é preciso conhecer sua unidade básica: O NEURÔNIO. (se eu conseguisse colocar fotinhos com certeza ia ficar mais ilustrativo, mas meus neurônios não são capazes disso). Ah! Devo alertar àqueles que acreditam em alma e força maior para que não leiam o resto do texto, pois não fará sentido mesmo, neste caso, não é doença, é falha da alma, ou força maior.
Bem, voltando ao neurônio, basicamente ele é dividido em três partes, os dendritos, o corpo celular e o axônio.
Os dendritos são responsáveis por captar a mensagem, o corpo celular é responsável por interpretá-la e enviar ao axônio ferramentas para passar a diante a nova ordem (assim, bem jardim de infância), e o axônio responsável por passar ao próximo, ou próximos neurônios, a informação. Os símbolos usados pelos neurônios para receber a ordem e passar a diante são símbolos elétricos e químicos, mantidos de maneira bem conservada na natureza. Para sinais elétricos usa-se sódio e potássio e para os químicos, adrenalina, noradrenalina, serotonina e muitos outros, tb mantidos. O grande problema está nas pequenas diferenças (como sempre), cada código genético traz marcado em si, como herança, essas pequenas diferenças, seja nas moléculas que vão levar informação, seja nas que vão guardar e seja nas que vão responder.
Pense numa memória, duas pessoas presenciam a mesma cena (só lembrar do Tarantino, mestre dos pontos de vista), porém cada uma lembra de uma maneira, chega a ponto dos fatos serem distorcidos pela lembrança, isso se dá pq cada um vai usar moléculas diferentes para guardar essa memória e vai usar lugares diferentes no cérebro para guardar a mesma memória e se as moléculas que recebem a informação, que as interpretam, e que as reutilizam são diferentes...percebe que jamais teremos duas memórias iguais, pelo simples fato de duas pessoas serem sempre diferentes!
Daí o espertinho de sardas levanta a mão. “Mas e os gêmeos, que tem a genética igual? Não guardariam a memória igual?” Daí entra a maravilha do Cérbero Homo Sapiens! Para conseguir ser quem somos a natureza teve que realizar algumas modificações, para termos o maior cérebro proporcional à massa corporal, precisamos nascer com cabeças relativamente grandes. Para andarmos como bípedes precisamos estreitar a bacia. E daí criou-se um grande problema, considerando que não daria para deixarmos de ser mamíferos, uma cabeçona teria que passar por uma estreita bacia. O problema foi resolvido com o nascimento de prematuros mentais. Quando um humano nasce, seu cérebro, está muito atrás dos outros órgão, em termos de desenvolvimento. É só comparar, aos seis meses de vida as funções estão prontas, o coração bate, o pulmão respira, mas a criança não anda, não fala e não segura coisas direito. Diferente dos outros animais, que mal nascem já estão correndo dos leões ou com os leões.
Isso causa então, que parte do desenvolvimento do cérebro se dá fora do útero, em contato com o mundo cruel. Agora, senhoras e senhores, um pouco de embriologia. Putz, esqueci de dizer que pro cérebro funcionar é preciso que haja conexão entre os neurônios, deve haver o neurônio que traz a informação e o que responde (jardim de infância de novo). E para a nossa felicidade e contribuindo para a minha enrolação, um neurônio não é igual ao outro, o ambiente em que ele se forma faz com que partes do código genético sejam ativadas ou desativadas, dando a eles diferentes funções. Tá, ufa!
Bom, quando o nenê nasce, ele tem algumas conexões feitas, bem poucas tendo em vista suas capacidades, e dependendo de como o mundo a sua volta se apresenta ele forma outras. Por isso gêmeos não são iguais, o mundo não é igual pra eles e isso basta para fazê-los diferentes. Explicando melhor, gêmeo número um, por uma pegadinha do destino vê sua mãe acordar com uma máscara verde no rosto, isso será suficiente para que o estímulo visual leve uma mensagem ao cérebro que grava “essa coisa verde comeu minha mãe” isso faz com que alguns genes sejam desligados e outros ativados e forma uma nova via de informações com uma determinada linha de resposta para o futuro. O outro gêmeo nunca viu isso, portanto não formou essa linha, portanto não têm essa opção de resposta. Ufa! Se você chegou até aqui você é um vencedor e não desista agora pq a coisa tende a melhorar, espero.
Agora vou tentar cumprir meu objetivo e mostrar para todos que certas respostas não são falha de caráter, ou por simples vontade pessoal. Vamos encarar uma experiência com doze crianças e dois órgãos diferentes.
Estudo 1
Criança Genética Estímulo externo Órgão afetado Resposta
1 suscetível álcool na mamadeira fígado cirrose
2 suscetível leite materno fígado sem doença
3 sã álcool na mamadeira fígado sem doença
4 sã leite materno fígado saúde de ferro
5 defeito leite materno fígado cirrose
6 defeito álcool na mamadeira fígado tango argentino
Estudo 2
7 suscetível família quebra barraco cérebro depressão
8 suscetível família folha cérebro sem doença
9 sã família quebra barraco cérebro sem doença
10 sã família folha cérebro Buda
11 defeito família folha cérebro depressão
12 defeito família quebra barraco cérebro Charles Manson
Será que agora deu pra entender? Doença mental não é culpa da pessoa, acontece que a resposta que cada um dá para as dificuldades da vida são diferentes, no mínimo pq a genética é diferente e isso também pode adoecer, como qualquer outra coisa e o que era de um jeito passa a ser de outro, ou alguém aqui acha o Zeca Pagodinho normal?
A moral da história é entender que para as respostas serem dadas elas antes passam por um lugar que as acolhe, outro que as interpreta e outro que as guarda e depois de se rever estas etapas é que se toma a decisão. Se há defeito em alguma dessas etapas, como então saber que a resposta é a errada?
Eu sei que o assunto não é tão simples, nem vai ser esclarecido em tão poucas linhas (pra quem leu, infinitas linhas) por isso gostaria que se alguém tivesse alguma pergunta por mais sardinhas que elas tenham perguntem, por favor, vamos acabar com o preconceito contra essas doenças e tornar a vida e a cura dessas pessoas possíveis.
(Cissa, as sardinhas não foram pra vc!)
8 Comments:
De perto, perto mesmo... ninguém é normal!! E ainda bem... Beijos, Ju - correndo dos leões
Tati
Estudei um pouquinho de bioquímica e vi que várias vias metabólicas não são fixas, podendo haver utilização de vias secundárias.
Então, poderia pensar o seguinte (sem querer especular muito, coisa que não gosto de fazer sem ter muita base para não falar bobagem): A maioria das pessoas nasce sã. Após sair do ventre materno ficam gradativamente insanas, por influências externas (pai, mãe, professores, tv, propagandas, drogas, em resumo: tudo..) - Que é a conclusão do texto.
Tocar um instrumento musical, aprender outras línguas e ler livros estimula o pensamento e a formação de novas conexões entre as diferentes partes do cérebro (não que isso represente a expressão de uma resposta correta a um problema, pois isso depende muito de quem julga e do que se julga correto ou não. Entretanto, novas interações cerebrais já seriam uma ajuda para raciocinar).
E, tendo contato com novas informações, pode-se achar o caminho para a sanidade e a liberdade.
Procurar evitar "agentes de insanidade" - Zeca, cerveja, futebol (se for só para jogar de vez em quando com os amigos não há problema), etc - também seria interessante.
Na minha opinião, seriam formas de tentar nos curarmos (sim, nem nós nos salvamos hehe).
O problema é o alto risco de terminar sozinho, isolado e considerado um idiota ou lunático!
Querido hum...
O processo da doença mental é basicamente esse, segue o processo da maioria das doenças, sem esquecer que tem pessoas que nasceriam com o problema. Tanto é, que no exemplo das crianças existe a que nasce doente e mesmo se for alimentada com leite materno (ou provinda de um ventre folha) ainda assim, será doente.É importante lembrar disso pra não haver confusão com a máxima do determinismo, que eu ABOMINO!!!
Com certeza quanto mais se estimula o cérebro, e de maneiras diferentes, mais ele se desenvolve. Entendeu agora porque a gente aprende matriz no segundo grau!!
Só não entendi qual o risco de terminarmos sozinhos, lunáticos, ou idiotas! Alguma dessas coisas vc consideraria uma patologia?
(E pelo amor de Deus, quem é vc? que vc é meu amigo eu sei, só não consigo adivinhar qual!!!)
beijo a todos!!
Então querida Tati
Como eu disse, a maioria das pessoas nasce saudável, não todas, pois há estes casos de problemas fisiológicos (as vezes até por culpa da mãe, insana, que usa drogas), em que a pessoa já nasce doente. Também não acredito que as atitudes de uma pessoa sejam tomadas pelo que está escrito em seu DNA e sim pelo ambiente que as cerca...
Quanto ao Zeca, futebol e a cerveja, não são a doença mental propriamente dita, mas sim vetores da doença: Passam a ser patologias no momento em que tiram a consciência das pessoas, modificam seu comportamento, desindividualiza-as. As palavras de Georges Devereux, fundador da etnopsiquiatria podem dar sustentação à minha opinião: "Considero a esquizofrenia quase incurável, não porque seja devido a fatores orgânicos, mas porque seus principais sintomas são sistematicamente encorajados pelos valores mais característicos, mais importantes de nossa civilização". Lembrando que muitas pessoas mudam radicalmente de comportamento assistindo o futebol ou tomando cerveja(obs.: vi gente chorando, deprimida e violenta quando o coxa caiu pra segunda. Já os bêbados então, nem se fala sobre desvios no comportamento)..
Entretanto, um pouco de futebol, só por lazer, não faz mal. Como disse Paracelsus: "A dose é que faz o veneno".
Quanto a ser considerado lunático por não seguir o que a maioria das pessoas acha aceitável e normal(o que depende muito da cultura, ou seja, ambiente) e terminar sozinho por isso, o trecho abaixo tenta passar esta mensagem..
'O Louco', de Gibran Khalil Gibran
Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:
Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.
E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: “Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!”
Assim me tornei louco.
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.
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Obs.: Acho até mais simples que isso: Seus amigos gostam de alguma coisa e você não. Pronto! Quando o assunto for essa coisa você já está isolada das conversas.. E quando mais discorda das diferentes coisas que vê, mais fica isoldada..
Não é uma patologia, mas que uma pessoa sozinha pode terminar bem mal de saúde, pode...
Finalizando, identifico-me pra acabar com essa curiosidade que te consome: Meu nome é Marcel, muito prazer..
Estudamos juntos no francês há 100000 anos.
Alors, on se parle
Grosses bisous
Pois e eu que já conhecia o texto do "maluco" que o Marcel colocou aqui e tinha me esquecido do mesmo! A gente sempre só lembra daquilo que quer lembrar. Acontece! Beijos....
Claro que não foram pra mim, darling, eu nunca pergunto, eu compreendo. HO! Confesso que os itens foram cereja no topo, mto bons. E gosto dos seus textos, são sempre lentos e furiosos, ho!
Ah, não li os comentários, mas eles parecem ser rage against!Killing in the name of...beum beum, beum beum beum...
Eu sou a luz do luar,
eu vim, eu fui, eu vou
Posso pirar à vontade aqui, afinal, sou ignorante no assunto... mas na fight, estou do lado da Tati, always!
Bom se fosse fácil assim Tati.
Você sabe bem que a loucura a é minha metáfora, não é?
Tente uma dose de Foucault para ver que loucura tem muito menos de estomago e cérebro do que com sociedade.
E mesmo num nível bem básico da patologia ou da saúde mental explicar a fisiologia que supostamente sustentaria o problema não explica a complexidade de seu fenômeno.
O estomago não é como o cérebro porque o psiquismo não é como a digestão.
Eu poderia te dar uma aula de química e de física para explicar as reações e os fenômenos que possibilitam uma fotografia, mas isso não ira me dizer nem sobre o seu conteúdo e nem sobre a o significado da fotografia como uma mídia. Por um motivo simples e complicadíssimo: a fotografia é uma prática. Quer dizer que seu uso e seus processos de significação são dados em relação.
E a loucura, por que não dor de barriga? Às vezes até é, mas o que nós chamamos de doença mental ontem pode ser virtude amanhã... Não faz muito tempo que o homossexualismo era considerado distúrbio... Hoje chega a ser bacana ser “bi”, não é mesmo?
O homem criou uma ficção, e ele vive nela.
quem vai poder explicar um romance de ficção (ainda que de forma bem parcial) é a análise do discurso, a critica da arte, a literatura, sei lá mais o que, mas e não a biblioteconomia.
Acho que vc deveria publicar o Mahabarata que você me vc me escreveu no teu blog... prefiro suas respostas às minha criticas, do que os teu textos (desculpe a sinceridade... e isso não significa que eu não goste deles... tanto que os leio).
Quando digo que cérebro não é estomago penso no meu caro S. Jay Gould, quando diz que no processo evolutivo da espécie humana, o que o faz se diferenciar dos outros animais é a possibilidade da “criatividade” (acho que é esse o conceito que ele usa, não tenho o livro na mão), ele vai explicar as razões dessa possibilidade, tem alguma coisa relacionada com um retardo do desenvolvimento ontogenético... bla bla bla, não sou biólogo, não quero falar besteira. Mas o que nos interessa é que essa possibilidade (biológica) abre um leque de possibilidades infinitas para o Ser Humano, a partir daí, ele que não tem nada de especial, é quase um ratinho pelado, vai se agrupar, vai criar comunicação, vai inventar ferramentas, vai procurar compreender e organizar o mundo. Até a parte da condição para que isso aconteça eu estou de acordo com vc, mas a partir daí a biologia passa a ser insuficiente, pois se trata de uma ficção, no sentido de algo que foi inventado, feito. Dentro desse raciocínio os conceitos de norma, de desvio, de sanidade, de loucura, de limite, ..., passam a ser arbitrários... o que podemos fazer é tentar compreender a lógica dessas ficções, que cada grupo humano criou em suas histórias, e a partir daí pensar o que cada um desses “grupos” pensa por norma por exemplo. Por isso a metáfora da literatura com a biblioteconomia – qual vai poder falar sobre o conteúdo de uma obra, a ciência da organização do livro, ou aquela do estilo, do discurso? (é verdade que não foi um exemplo feliz, esqueça essa parte que é meio radical demais).
Apesar das ponderações, em geral tendo a concordar com vc (no texto de “réplica”, hahaha). Somos organismos. Portanto sujeitos a tudo que os “outros” também estão. E claro que não discordo que um déficit de cerotomolecoloendorfiadrenonina causa um certo quadro de sintomas, o caso é que quando se trata de cérebro, esses sintomas vão estar SEMPRE relacionados sistemicamente à tal da ficção... é ai que o troço enguiça.
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